EPI’s e a Gestão da Qualidade – Saiba [Agora] quais os mais indicados

Escrito por Flávia Freitas

Você, gerente da qualidade, já pensou quais os benefícios envolvidos na correta utilização dos EPI’s? Além de oferecer segurança ao usuário pode representar ganhos em qualidade e eficiência de produção. Mas se não selecionados corretamente, podem implicar prejuízos recorrentes.

O objetivo deste artigo é apresentar as diferentes vantagens do uso dos EPI’s e ajudá-lo a selecionar os modelos mais aplicáveis ao seu setor de produção.

Índice de Conteúdo:

– Para que servem mesmo os EPI’s?

– Quais as vantagens da utilização dos EPI’s?

– Então como escolher meu EPI

– Jalecos

– Máscaras

– Descartáveis

– Semi-faciais

– Faciais

– Luvas

– Latex

– Vinil

– Nitrila

– O que podemos concluir sobre os EPI’s?

Para que servem mesmo os EPI’s?

EPI’s – equipamentos de proteção individual. Englobam uma série de artigos destinados a utilização por profissionais de diferentes áreas, com o simples objetivo de garantir a proteção do usuário e a eficiência e produtividade da empresa, por meio da proteção do material em manipulação.

Os equipamentos de proteções individuais mais conhecidos são: luvas, óculos, jalecos, aventais, máscaras, toucas e protetores auriculares. É importante ressaltar que deve haver um cuidado especial na escolha correta dos EPIs de modo a garantir uma maior eficiência de utilização.

Os EPI’s são aplicados na prevenção dos acidentes no trabalho, que ocasionam gastos diretos e indiretos a empresa. Por exemplo em empresas de construção civil o uso de capacete pode salvar vidas. No momento do incidente os funcionários param as suas atividades com objetivo auxiliar na investigação do ocorrido. Nesse intervalo a empresa deixa de produzir obtendo prejuízo. Em caso de afastamento do colaborador, mais tempo é despendido para a contratação e treinamento de um novo funcionário substituto.

Fique atento: Em algumas plantas com níveis de biossegurança controlados, é aconselhável que os colaboradores possuam EPI’s diferentes para cada sala ou laboratório onde as atividades sejam incompatíveis, para que seja minimizada a ocorrência de contaminações cruzadas.

Quais as vantagens da utilização dos EPI’s?

Para a organização empresarial, os benefícios são inúmeros desde a redução do número de acidentes até a minimização de contaminações durante o processo de produção ou análise, diminuindo gastos com retrabalho, e trazendo benefícios não-econômicos, como a proteção do colaborador.

Mas é necessário um critério na escolha do EPI a ser utilizado em cada setor operacional, de modo que ele esteja compatível com as atividades desempenhadas, e a maximização do aproveitamento de suas funções seja atingida.

Vamos apresentar aqui algumas dicas para que você pense melhor ao definir o tipo de EPI a ser utilizado por sua equipe.

Então como escolher meu EPI?

A melhor forma de escolher seu EPI, de forma que seja apropriado ao uso em seu trabalho, é conhecendo as diferentes apresentações do item e entendendo quais as diferenças entre elas. Assim, você poderá selecionar qual melhor se encaixa em seu cenário.

Vamos te ajudar a conhecer alguns dos itens mais comuns de EPI. Não deixe de conhecer os Itens Luvas e Máscaras, onde você encontrará dicas preciosas.

Jalecos

O jaleco, também conhecido como avental, é utilizado para evitar a contaminação do usuário com o ambiente externo, assim como preservar a amostra ou item de manipulação contra possíveis contaminações trazidas pelo manipulador. Afinal, o manipulador também pode ser fonte de impurezas e sujidades que podem danificar a amostra em processo laboratorial, assim como ser fonte de perigos físicos (como pelos) que podem contaminar os alimentos em fabricação.

#curiosidadeLaborGene: o termo Guarda-Pó, também empregado na designação de jaleco, ficou assim conhecido por ser uma vestimenta utilizada por professores, em salas de aula, que queriam proteger suas roupas contra o pó gerado ao escrever com giz, a lousa.

Este vestuário deve ser confeccionado em material compatível com as finalidades do local de trabalho e usado apenas no local de trabalho. Na maioria das vezes o tecido utilizado na confecção é o algodão, sendo que algumas vezes é necessária uma barreira não inflamável.

Jalecos de manga longa são aconselháveis na maioria das práticas, já que oferece uma proteção aos braços do colaborador. É aconselhável que o comprimento do avental seja abaixo dos joelhos, com elástico nos punhos e fechamento na altura do pescoço.

Em alguns lugares é possível observar diferença de cores de jalecos, ainda que em uma mesma empresa. Essas classificações por cor, são empregadas, algumas vezes, para tornar visual a função dos colaboradores. Em hospitais, em salas de cirurgias, normalmente são utilizados jalecos nas cores verde ou azul. A opção desses tons se deve ao fato de que essas cores auxiliam e protegem a visão dos profissionais durante o período da cirurgia.

Atenção! Apesar de comum, em alguns locais é indesejável a circulação de pessoas utilizando jalecos. Por exemplo, em locais de distribuição de alimentos como lanchonetes e restaurantes, é imprudente a presença de laboratoristas, médicos, enfermeiros, dentistas ou outros grupos de profissionais utilizando este EPI, já que neles pode conter a presença de agentes contaminantes, e até mesmo patogênicos, que eventualmente podem contaminar o ambiente e levar risco a outros usuários dos estabelecimentos.

Máscaras

As máscaras evitam contaminações pelo simples fato de bloquear o contato de aerossóis, salivas e outras secreções humanas com as amostras ou produtos. Também, preservam o manipulador no contato com materiais voláteis, ou desprendimento de materiais durante a manipulação.

A escolha do equipamento correto depende da concentração do agente químico ou contaminante presente no ambiente de trabalho, sendo que hoje os tipos de máscaras mais usuais são: as descartáveis, as semi-faciais e as faciais.

Descartáveis

São aplicadas contra a inalação de partículas de baixa concentração como gases e vapores orgânicos. Este modelo de máscara protege a região do o nariz e da boca do usuário. Apresenta baixo custo, porém possui como desvantagem a ausência de filtro bloqueio. Geralmente seu uso é destinado as áreas onde os filtros são dispensáveis como na gastronomia, indústria de alimentos e estética.

Semi-faciais

Este modelo de máscara também conhecida como respirador, é utilizada para proteger o sistema respiratório e digestório do usuário. Tem por função purificar o ar e impedir a passagem de partículas, gases, fumaças entre outros elementos prejudiciais saúde. Apesar de aparentar o contrário, este tipo de máscara não impede a comunicação com o usuário.

Dada à necessidade de utilização deste equipamento, deve haver uma enorme atenção na escolha do filtro correto para cada situação e quanto a manutenção dos mesmos. De nada irá adiantar a utilização do equipamento se este estiver com filtros vencidos ou sujos.  O sistema de trocas gasosas que envolve este equipamento faz com que ele seja mais oneroso quando comparado a máscara descartável. Geralmente são empregados na mineração, indústria metálica entre outras.

Faciais

Os respiradores faciais protegem o sistema respiratório e os olhos do usuário. Também chamado de respirador de circuito fechado, são recomendado para ambientes com alta concentração de contaminantes.

Esses equipamentos são acoplados a cilindros contendo gás comprimido ou liquefeito, normalmente o gás oxigênio, que é enviado em modo contínuo para uma bolsa respiratória. O gás emitido, rico em gás carbônico, passa por uma camada de material granulado contendo absorvente do dióxido de carbono e retorna novamente á bolsa. Este modelo é considerado complexo, por isso apresenta elevado custo.

São empregadas em indústrias químicas, incêndios, vazamentos de produtos químicos.

#DicaLaborGene: Para identificar um bom respirador é necessário levar em consideração o seguintes aspectos: eficiência do filtro, vedação e tempo de uso.

#DicaLaborGene: Se durante o a execução de suas atividades utilizando máscaras, você sentir dificuldade para respirar ou perceber o cheiro do produto que está manipulando, verifique o EPI pois pode ser indicativo de que o respirador deve ser trocado ou de que os filtros devem ser substituídos.

Luvas

As luvas são classificadas como descartáveis ou reutilizáveis.

Dentre as reutilizáveis, destacamos as Luvas isolantes de borracha, que oferecem proteção do usuário contra choques elétricos, e as luvas resistentes a temperaturas altas e baixas que são usadas na manipulação de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento, como aqueles advindos de autoclaves, micro-ondas e freezers.

Já as descartáveis são comercializadas em diferentes apresentações e materiais, sendo mais utilizado o látex, vinil e nitrila.

#DicaLaborGene: As luvas muitas vezes são difíceis de calçar, quando as mãos estão úmidas. Nessas situações, passe um pouco de álcool (70%) nas mãos e movimente-as até completa secagem, antes de calçar as luvas. Será muito mais fácil assim.

#DicaLaborGene: O correto mecanismo para remover as luvas é puxando-as pela base do punho sem inserir o indicador no lado interno da luva, o que poderia causar contaminação do usuário.

Latex

As luvas de látex são fabricadas de borracha natural. Muitas vezes são preferidas em serviços da área saúde porque não influenciam muito na sensibilidade do tato, e apresentam baixo custo. Sua principal desvantagem refere-se a limitação de alguns usuários pela alergia ao látex.

Tem seu uso recomendado para Indústria alimentícia, química, agroindustrial e de higienização

Vinil

As luvas de vinil são resistentes, apresentam um bom nível de proteção, porém são rígidas, sendo inapropriadas em operações onde a sensibilidade das mãos é necessária, e onde movimentos finos são aplicados. Possuem aplicações nas indústrias de alimentos, construção, limpeza e entre outras.

Nitrila

As luvas de nitrila são fabricadas com borracha sintética, são resistentes e flexíveis. É a melhor opção a ser utilizada em laboratórios porque apresenta boa destreza, conforto, resistência a produtos químicos e não ocasiona alergia.

Atenção! Em alguns laboratórios de controle de qualidade é seguro optar por luvas sem pó. Por exemplo em laboratórios que realizam a detecção de transgênicos em produtos alimentícios, o ideal é a utilização de luvas sem talco, já que, na maioria das vezes, esse talco é constituído de amido de milho, e este amido pode ser produto do beneficiamento de milho transgênico, o que pode mascarar um resultado diante de uma possível contaminação. Quando ocorre a contaminação é necessário repetir todo o processo de análise e, em alguns casos é preciso interromper as atividades para descontaminar os equipamentos e ambiente. Esse processo resulta em perdas econômicas que poderiam ser evitadas pela escolha do material correto de trabalho.

O que podemos concluir sobre os EPI’s?

A utilização dos EPI’s vai além de oferecer segurança ao colaborador. Quando selecionado de maneira correta implica minimização de custos gerados por acidentes e retrabalho.

Vimos que existem diferentes apresentações para um mesmo EPI e que cabe ao gerente de qualidade verificar o melhor modelo a ser aplicado em seu processo, com vistas a proteger o colaborador e o processo produtivo.

E você? Conhece bem os EPI’s que utiliza? Sabia que existem outros modelos para a apresentação de um mesmo EPI’s? Quer aprender mais conosco em nossos conteúdos? Fique ligado em nossos canais de comunicação.

Fonte: INBEP / UFSM / CANAL SUPER EPI / UNIFAL-MG


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