O uso de inoculantes para a fixação de nitrogênio em plantas

Escrito por Flávia Freitas

Os inoculantes utilizados em culturas são microrganismos que se associam com as plantas, estabelecendo uma relação vantajosa a ambos. Estes microrganismos são capazes de realizar a fixação do nitrogênio, permitindo que a planta faça uso dele. E a planta oferece ao microrganismo proteção e alimento.

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Fixação de nitrogênio. Porque isso é importante?

O elemento químico Nitrogênio é indispensável para o desenvolvimento de plantas. Isto é fato já que, este elemento participa da formação moléculas como, aminoácidos e proteínas.

A fixação do nitrogênio consiste na conversão do nitrogênio gasoso em amônia, ou outra estrutura semelhante, formato possível de ser utilizado na formação de outra molécula orgânica.

Fonte: http://www.agronegocios.eu/noticias/importancia-da-inoculacao-com-bacterias-rhizobium-e-bradyrhizobium-na-producao-de-leguminosas-e-o-uso-do-azoto/

Na agricultura, são conhecidas bactérias que possuem essa habilidade. Nelas são encontradas as enzimas nitrogenase que catalisam a reação de fixação de nitrogênio. Essas bactérias capazes de realizar a catálise de nitrogênio, são chamadas de rizobias. A aplicação de rizobias em associação com plantas para a fixação de nitrogênio tem grande importância em cultivo de leguminosas (soja, feijão, ervilha e outras). No entanto a utilização de bactérias na fixação de nitrogênio não é limitada a este tipo de cultura.

Como ocorre a fixação biológica de nitrogênio?

De acordo com matéria divulgada no site da Embrapa, a pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, ressalta a importância do processo de Fixação Biológica do Nitrogênio. Na cultura da Soja, a bactéria mais utilizada para tal processo são as do gênero Bradyrhizobium.  Nas raízes das plantas são formados nódulos, onde as bactérias inoculantes se abrigam e recebem proteção e alimento da planta hospedeira. “Em troca, capturam o nitrogênio atmosférico (N2) e o transformam em compostos nitrogenados que são exportados para a planta hospedeira e a beneficiam”, diz a pesquisadora. Ou seja, as rizobias assimilam de forma natural o nitrogênio atmosfério, e a moeda de troca para elas é o carbono gerado na fotossíntese, pelas plantas.

Hungria diz que, quanto ao uso de bactérias no cultivo da soja, “a inoculação é essencial em áreas de primeiro ano de cultivo de soja ou onde a planta não é cultivada há muito tempo porque as bactérias fixadoras de N2 estão ausentes ou em baixa população no solo”. Ainda, “o ganho médio da inoculação anual da soja com Bradyrhizobium em áreas tradicionais de cultivo é de 8%, ou seja, um grande retorno frente ao baixo custo da dose do inoculante”, avalia a pesquisadora.

Benefícios da utilização dos inoculantes de solo

Fonte: https://blog.strider.ag/fixacao-de-nitrogenio-maximiza-resultados-na-safra-da-soja/

A utilização da técnica de fixação biológica do nitrogênio (FBN) é uma das mais impactantes para a sustentabilidade da produção de soja no Brasil. Utilizar dessa tecnologia tem vários pontos positivos. Dentre eles cabe destacar:

  • Economia, uma vez que, o benefício obtido em produtividade vale o investimento no custo dos microrganismos. O custo do inoculante gira em torno de 3 a 12 reais/hectare, dependendo de fatores econômicos e da associação de microrganismos em um mesmo produto.
  • Benefício ambiental, uma vez que dispensa o uso de fertilizantes nitrogenados.
  • Favorecimento da simbiose com outras bactérias, com aquelas promotoras de crescimento de plantas. Estas são encontradas naturalmente nos solos, e a simbiose com a planta beneficia a lavoura em geral.

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Bônus – Nove dicas sobre a utilização de inoculantes

  1. Verifique se o material que você está trabalhando tem registro no MAPA. O MAPA é o órgão que fiscaliza as adequações relacionadas as formulações e a venda dos inoculantes.
  2. Atenção ao prazo de validade do inoculante. Por se tratarem de organismos ativados, o prazo de validade é determinante na eficiência do mesmo.
  3. Atenção na concentração do inoculante: a legislação brasileira preconiza uma concentração mínima de 1,0 x 109 células viáveis de rizóbios por grama ou mL do produto;
  4. Existem algumas bactérias que não são recomendadas para inoculação em soja no Brasil. Verifique se você está utilizando as bactérias recomendadas, de acordo com a sua cultura, conforme o anexo 2 da INSTRUÇÃO NORMATIVA SDA Nº 13, DE 24 DE MARÇO DE 2011.
  5. Siga as recomendações do fabricante quanto ao armazenamento do seu inoculante. As condições de armazenamento influenciam na viabilidade dos microrganismos de forma a prejudicar seu desempenho em campo.
  6. Evitar prologamento de tempo entre inocular e semear.
  7. Inocular à sombra. Como estará manipulando organismos vivos, a temperatura, mais uma vez, é determinante no sucesso do seu processo. Ou seja, atente-se as condições climáticas no dia da inoculação.
  8. Caso esteja utilizando inoculante turfoso, você pode utilizar uma solução açucarada a 10% para aumentar a aderência. Para a utilização de incoulante neste tipo de base, é necessário que as sementes estejam úmidas. Para tal, utilize solução açucarada (aproximadamente 300 ml/50 kg sementes de solução açucarada a 10%). E então, pode aplicar o inoculante.
  9. Caso tenha em seu planejamento a aplicação de outros produtos, além do inoculante em suas sementes, não o faça em um mesmo momento. O recomendado é adicionar o produto químico primeiro. Aguardar a completa secagem e após isso, aplicar o incoulante.

Fontes de pesquisa

Aegro

MAPA

SENAR

EMBRAPA


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