A utilização de transgênicos, ou OGMs, tem crescido em diferentes aplicações. Algumas delas envolvem a produção de insulina (para consumo humano) e quimosina (enzima para a produção de queijos) por microrganismo transgênico, produtos com elevação de shelf life (tomate FlavrSavr), hormônio de crescimento humano (tratamento do nanismo), interferom gama e interleucina-2 (tratamento do câncer), eritropoetina (tratamento de anemia), vacinas como a contra hepatite B a partir de fungo geneticamente modificado. E também, desde a década de 90 outros cultivos como o milho e a soja, voltados para a alimentação humana e animal.
A utilização de OGMs na alimentação humana ainda divide opiniões. Por isto, leis protecionistas da opinião do consumidor foram estabelecidas no mundo todo, prevendo a obrigatoriedade de rotulagem de alimentos transgênicos.
Laboratórios especializados utilizam diferentes técnicas para a detecção e quantificação de OGMs em matrizes alimentícias. A mais sensível e segura, mundialmente reconhecida, é a técnica de PCR ou reação em cadeia da DNA polimerase, que consiste em realizar in vitro o processo de replicação de DNA, mecanismo de cópia de DNA em todas as células vivas. Com esta técnica, partes do segmento de DNA inserido no organismo receptor por meio de técnicas de engenharia genética, ou partes da construção genética estabelecida no transgênico, são replicadas de forma exponencial e, posteriormente sua presença (ou ausência) na amostra em análise é evidenciada por mecanismos apropriados de estudos de fragmentos de DNA.
Outras técnicas envolvem a detecção de proteínas expressas pelos genes de interesse que foram adicionados aos organismos modificados. Elisa e teste de Tira (strip) são alguns exemplos de técnicas cujo material avaliado é a proteína expressa pelo gene exógeno, ou seja, a proteína expressa pelo gene que vem de outro organismo para aquele organismo em análise.
Por ser baseada no DNA amostral, a PCR tem uma sensibilidade e reprodutibilidade significativamente maiores quando comparada a processos baseados em análises de proteínas. Ainda mais quando as matrizes alimentícias são alvos das análises. Alimentos processados recebem, muitas vezes, tratamentos intensos, que podem envolver temperaturas elevadas, processos físicos e/ou químicos que podem danificar a estrutura proteica presente nessas matrizes. O DNA, por ser uma estrutura altamente resistente, ainda pode ser encontrado mesmo quando as proteínas já foram degradadas devido ao processamento.
A boa aplicação da técnica de PCR é uma segurança a mais para empresas que seguem as legislações nacionais e que visam o desenvolvimento seguro e com qualidade de seus produtos. Apesar de o investimento em análises de PCR ser, na maioria das vezes, mais elevado quando comparado a análises baseadas em proteínas, o custo benefício agregado é significativamente maior. O limite de detecção da técnica de PCR empregado para análises de OGMs é muito baixo, o que significa que, até mesmo níveis traços são detectados. Esta segurança é determinante quando se fala em atendimento a legislações e às pesadas multas geradas em virtude do não cumprimento destas.
Fontes de pesquisa: