As plantas transgênicas, ou geneticamente modificadas, dividem opiniões em todo o globo. Elas vem crescendo no Brasil e o fato é que, do ponto de vista de produção, beneficia o agricultor e também o consumidor.
Quer entender mais sobre esse assunto polêmico e repleto de tecnologia? Continue conosco.
Introdução às https://cib.org.br/transgenicos-no-brasil/
O crescimento populacional trouxe desafios aos produtores de alimentos. Afinal, como alimentar uma população crescente com limitações territoriais, além de conflitos ambientais, nutricionais, financeiros, e muitos outros?
O desafio do campo então consiste em produzir mais, em mesmo espaço, alimentos com mais qualidade nutricional, plantas com maior rendimento e capazes de resistir a doenças, pragas e variáveis climáticas.
A chave para possibilitar a solução desse desafio começa com a tecnologia. Por isso, a biotecnologia vem gerando técnicas para serem utilizadas para a melhoria genética, permitindo a introdução de características específicas e e de interesse agro econômico.
OGM e Transgênicos
Você sabe o que é OGM? Trata-se da abreviação de Organismo Geneticamente Modificado, que também costuma ser chamado apenas por transgênico.
Em outras palavras, diz respeito a um organismo que sofreu modificações em sua estrutura genética, através de manipulação humana, de modo que passe a conter novas características em sua formação.
Como são produzidas as plantas transgênicas?
A produção de plantas transgênicas possui fases importantes, a saber:
Primeira fase: identificação de um gene de interesse, ou seja, selecionar qual a característica que se deseja trabalhar. A partir de bancos de dados é possível tornar essa identificação mais simples, encontrando facilmente sequência e função do gene desejado.
Após identificar e isolar o gene de interesse é necessário que ele seja introduzido no genoma do organismo que será modificado. Essa é a fase de transformação. Para isso, há diversas técnicas. Podemos citar: eletroporação, biobalística, microinjeção e Agrobacterium tumefaciens. A técnica depende da necessidade e do objetivo.
Depois dessa etapa, as plantas irão passar por uma seleção, para observar quais processos foram bem sucedidos, regeneração, diversos testes de segurança e aprovação pelo CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). Conheça 7 verdades que ainda não te contaram sobre os transgênicos, clicando aqui.
O milho transgênico
Agora que sabemos como ocorre a produção de um transgênico, vamos abordar a manipulação genética na cultura do milho (Zea mays L.).
O milho possui um elevado potencial de produção e ocupa uma posição de destaque no cenário atual. É uma das culturas mais antigas do mundo e uma das mais importantes, por seu valor nutritivo e também econômico. A tecnologia dos OGM no mercado de sementes de milho avança rapidamente e é promissora.
MILHO Bt
Um exemplo simples e bem sucedido quando falamos em manipulação genética é a tecnologia do milho Bt.
Esse evento foi aprovado entre o final de 2007 e início de 2008.
É o milho geneticamente modificado, no qual foram introduzidos genes específicos da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). Após a modificação, o milho produz uma proteína, tóxica para determinados grupos de insetos.
A própria planta produz a proteína e ela está presente nas plantas desde as primeiras fases da cultura até o final do ciclo. Isso confere um controle eficiente das pragas-alvo. Isso propicia melhor proteção e redução das perdas potenciais de produtividade.
O que torna as proteínas eficientes e seguras para seu uso é seu modo de ação altamente específico: cada proteína atua de maneira singular em determinada ordem de insetos. Exemplo disso é a tecnologia YieldGard® e Herculex®I. Ainda, no mesmo período, foi aprovada a tecnologia Roundup Ready® Milho 2 para o controle de plantas daninhas.
A planta geneticamente modificada irá expressar proteínas tóxicas para determinados grupos de insetos, da ordem Lepidóptera. São eles:
- Lagarta-do-cartucho-do-milho
- Broca-do-colmo
- Lagarta-da-espiga
- Lagarta-elasmo
Há também proteínas que atuam no controle das ordens Coleoptera (besouros) e Diptera (moscas).
Plantas transgênicas liberadas no Brasil
De Acordo com o CIB (Centro de Informações sobre Biotecnologia), de 1998 a outubro de 2017, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) emitiu parecer técnico favorável à liberação de 116 eventos transgênicos no Brasil. Destes, 40 são de milho, 15 de algodão, 14 de soja, um de feijão, um de eucalipto e um de cana-de-açúcar.
A maior parte dos trabalhos com milho relacionados à Biotecnologia envolve o controle de insetos e tolerância a herbicidas. Muitos desses genes são provenientes do Bacillus thuringiensis (Bt).
Diferentes genes Bt têm sido isolados e incorporados ao milho, dentre eles, Cry1Ab, Cry1F e Cry1Ac. Outros genes Bt, como o Cry34Ab1, Cry35Ab1 e Cry3Bb1 também são muito utilizados. Genes que conferem às plantas tolerância aos herbicidas à base de glifosato, glufosinato e imidazolinona também têm sido amplamente pesquisados e inseridos em milho.
Em vários países já estão sendo cultivados híbridos de milho com genes combinados, como o de resistência à praga e o de tolerância a herbicidas, são os chamados estaqueados, que possuem mais de um evento transgênico.
Saiba mais sobre a legislação de transgênicos para grãos e produtos processados no Brasil, clicando aqui.