Controle da qualidade gerando vantagem competitiva para a sua empresa

Escrito por Flávia Freitas

Neste artigo queremos mostrar para você porque o controle da qualidade na produção de alimentos é tão importante e como o processo pode representar vantagens competitivas para seu negócio e trazer destaque no mercado.

Em toda a extensão do globo, sentar-se à mesa e compartilhar alimentos tem um valor que ultrapassa a nutrição: tem uma boa parte de afeto de quem leva o alimento para quem consome. E esse é um dos motivos que faz com que levar um alimento para dentro de casa signifique pesquisa e seleção na busca por produtos de qualidade e segurança alimentar. E essa é uma cultura que vem se intensificando com o passar dos anos.

Desde o campo, os agricultores devem estar aptos a oferecer o melhor tratamento às sementes. O pecuarista deve conhecer a qualidade da ração de seu gado. O industrial deve proceder à compra de materiais com fornecedores avaliados e qualificados, e as matérias-primas e produtos acabados devem, muitas vezes, serem avaliados em testes laboratoriais. A qualidade passa a ser determinante para o sucesso em qualquer empreendimento e deve haver monitoramento do produto desde a colheita até achegada a mesa do consumidor.

Índice de Conteúdo

  1. Porque é tão necessário um controle da qualidade para a produção de alimentos?
  2. O controle da qualidade na produção de grãos
  3. Qual a importância do controle da qualidade na pecuária?
  4. E para a indústria, quão valoroso é o controle da qualidade?
  5. Afinal, como garantir a qualidade de seu produto e obter vantagem competitiva?

Porque é tão necessário um controle da qualidade para a produção de alimentos?

Quando falamos em qualidade em indústrias de alimentos nos referimos a uma série de parâmetros a serem observados para o desenvolvimento de produtos. Estes produtos devem ter minimizados os níveis de contaminação, e conservados, dentro do possível, seus índices nutricionais.

O controle de qualidade significa então, estabelecer critérios a serem monitorados, e que em conjunto com boas práticas de produção determinem a produção de alimentos seguros.

Pelos de ratos em ketchups, resíduos de produtos de limpeza em bebidas infantis, casos de salmonelose relacionados à ingestão de maioneses caseiras. Esses são alguns exemplos de falhas no controle de qualidade de empresas produtoras de alimentos e que geraram sérios problemas ao consumidor. São perigos físicos, químicos e microbiológicos que devem ser monitorados durante toda a produção e cuja ocorrência pode ser determinante quanto à permanência do exercício da empresa, uma vez que envolve questões de saúde pública.

Do ponto de vista empresarial

Do ponto de vista empresarial, o controle da qualidade significa também atender a legislações específicas da produção de alimentos, e evitar multas geradas por não conformidades encontradas nas fábricas em processos de fiscalização. Essas legislações tem caráter protecionista ao consumidor, e estabelecem limites mínimos e máximos de características desejáveis e indesejáveis nos alimentos. Alguns textos envolvem a determinação da concentração de ingredientes em misturas com nomenclaturas semelhantes (sucos e polpas de frutas, extratos e massas de tomate), teor de microrganismos tolerados (coliformes totais em leite cru), rotulagem de alimentos (ingredientes, declaração sobre alergênicos e Organismos Geneticamente Modificados – OGMs), entre outros.

Do ponto de vista consumidor

O controle da qualidade para o consumidor é a confiança de que o produto que ele está levando para casa não é nocivo a sua família e que a empresa que o produz está sendo clara em seu posicionamento, de modo que ele pode repetir a compra posteriormente.

A comunicação entre consumidor e controle da qualidade de uma empresa de alimentos muitas vezes é feita somente pelo rótulo. Por isso, o rótulo não tem somente a função de mostrar a marca do produto, com vistas a fixá-la na cabeça do consumidor. O objetivo dele é mostrar a composição daquele alimento, mostrar se contém ou não contém ingredientes alergênicos, se contém reduções em calorias, se tem adição de nutrientes, se foi feito com a inclusão de matérias-primas de origem animal, vegetal ou de organismos geneticamente modificados, tudo isso de acordo com o que é preconizado na legislação nacional, ou internacional para o caso de empresas exportadores.

E é com base no rótulo que a maior parte dos consumidores faz a sua escolha. Cabe a empresa trabalhar com seriedade e respeito às informações do rótulo, visando não somente atender a normas regulatórias, como também a confiança do consumidor, com informações verdadeiras e claras.

O Controle da qualidade e a fiscalização

Fica a cargo dos órgãos responsáveis pelo controle sanitário no país (ANVISA, Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a fiscalização do cumprimento das legislações específicas da produção de alimentos, e a aplicação das penalidades cabíveis quando são encontradas evidências do seu não cumprimento.

A população, principal interessada no consumo de alimentos saudáveis, também tem importante papel no monitoramento da qualidade dos produtos, e podem solicitar esclarecimentos de não-conformidades encontradas nos produtos adquiridos, por meio de denúncias.

O controle de qualidade na produção de grãos

Para empresas produtoras de grãos, o controle da qualidade inicia-se na seleção correta das sementes, que tem influência direta na produtividade.

Tudo começa com o conhecimento da região e a seleção de plantas adaptadas para o clima, condições ambientais e do solo local. Climas mais secos exigem plantas mais resistentes à escassez de agua. Assim como locais onde é grande a incidência de determinado tipo de pragas exigem o plantio de plantas resistente aos venenos utilizados no combate às mesmas.

A biotecnologia tem auxiliado e muito na seleção de sementes interessantes para cada situação. O melhoramento genético é a nomenclatura utilizada tecnicamente para descrever o processo de selecionar ou modificar intencionalmente o material genético de um ser vivo para obterem-se indivíduos com características de interesse ou positivas. Dessa forma, alguns cultivares foram adaptados para determinadas situações ambientais.

Dentre os programas de melhoramento, os organismos geneticamente modificados apresentam solução para diversos tipos de condições. Esses organismos geneticamente modificados, ou transgênicos, são organismos que mediante técnicas de engenharia genética, contêm materiais genéticos de outros organismos. A geração de transgênicos visa organismos com características novas ou melhoradas relativamente ao organismo original.

Assim, a escolha do melhor tipo de sementes deve ser feita com acompanhamento profissional. Caso a utilização de sementes transgênicas seja a estratégia adotada pela empresa, o ideal é que seja realizada uma análise laboratorial de identificação de evento específico de OGM antes do plantio, para que haja a comprovação da utilização da semente adequada, evitando-se perdas e garantindo um melhor rendimento.

Além de características genéticas, é importante que o agricultor conheça as condições de plantio, áreas de refúgio, adubação e cultivo de cada planta, no objetivo de ter uma plantação saudável e com alto rendimento. Saiba mais sobre planejamento de plantio de grãos clicando aqui. É indispensável que todas as orientações técnicas de plantio sejam seguidas, para que não haja o favorecimento do aparecimento de novas pragas ou perdas inesperadas.

Tudo isso faz parte de um programa de controle da qualidade efetivo, que pode agregar em produtividade e valorização pela alta qualidade das sementes, representando ganho direto ao produtor.

Qual a importância do controle de qualidade na pecuária?

A produção de carne e leite é muito influenciada pela qualidade da alimentação do animal em confinamento. Dessa forma, para uma maior conversão do alimento em músculo, é necessário que haja uma preocupação do produtor quanto ao balanceamento da nutrição oferecida ao rebanho. E esta deve ser de qualidade, de forma a afastar a possibilidade de se tornarem veículos de doenças aos animais de produção.

Existem legislações específicas que controlam a ausência de matérias-primas de origem de animais ruminantes para serem utilizada na formulação de rações para alimentar ruminantes.  Isso ocorre pela possibilidade de haver a disseminação de doenças e agentes infecciosos para rebanhos por meio das rações, e é aí que o controle de qualidade se torna indispensável. Está com dúvida se seu rebanho se alimenta de rações ausentes em produtos de origem animal? Clique aqui e saiba mais.

Outras medidas de controle devem ser tomadas para verificar a sanidade do rebanho, e verificar a incidência de patógenos que podem ser disseminadas no convívio diário dos animais. O acompanhamento veterinário, além de exames laboratoriais periódicos podem garantir a saúde dos animais, e evitar perdas por doenças.

A manutenção de boas práticas de manejo é determinante na obtenção de material selecionado para bons produtos.

E para a indústria, quão valoroso é o controle de qualidade?

A equipe destinada ao controle da qualidade em indústrias beneficiadoras de alimentos, deve estar sempre atenta as condições gerais do processo produtivo.

Fazem parte dos processos de controle:

  • A avaliação permanente de fornecedores que devem devem seguir cuidados específicos de acordo com cada produto.
  • Manutenção dos trabalhos das unidades de acordo com boas práticas de fabricação, reduzindo os riscos de contaminações cruzadas, as incidências de pragas,
  • Manutenção das boas condições de higiene dos colaboradores, limpezas corretas de maquinário, utensílios e até mesmo de caminhões de transporte de materiais semelhantes.

Muitas vezes o setor de garantia da qualidade conta com uma estrutura laboratorial para a realização de testes para avaliação de parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e moleculares de seus produtos e insumos. Com isso, conseguem prever falhas, evitar processamentos indevidos, recusar material recebido fora dos parâmetros, atender a legislação nacional que rege sua produção e, acima de tudo, manter a segurança alimentar do produto. Ainda que não haja um laboratório interno, a realização de análises laboratoriais é imprescindível para que os parâmetros de qualidade possam ser atestados e quaisquer desvios possam ser tratados.

O impacto gerado em industrias por falhas nos processo de controle da qualidade pode ser desastroso, uma vez que os alimentos, se não forem produzidos de acordo com critérios de segurança alimentar, podem significar danos a saúde do consumidor. Dessa forma, um acompanhamento da produção é imperativo. Empresas que prezam pela qualidade são facilmente reconhecidas e podem se manter por mais tempo no mercado.

Afinal, como garantir a qualidade de seu produto e obter vantagem competitiva?

São muitos os detalhes envolvidos na resposta desta pergunta.

O desenvolvimento de um setor de controle da qualidade, sem dúvida, é o primeiro deles e o mais importante. A utilização correta das ferramentas de gestão da qualidade dentro das fábricas corrobora com a prática e conquista de produtos seguros.

Com uma produção limpa a segura, a empresa produtora pode minimizar a ocorrência de problemas que podem atingir em cheio a imagem da mesma. E isso é uma vantagem competitiva: prevenir. Prevenir danos a consumidores que podem ser irreversíveis e cujas consequências podem ser desastrosas.

Divulgar as medidas de qualidade tomadas e também de segurança alimentar praticadas pela empresa é importante para afixar na mente do consumidor o nome da marca que está atenta a mudança cultural dos povos que envolve a disseminação farta de conhecimento. Daí valem selos OGM FREE, Glutém Free, acreditações em normas ISO e parcerias com laboratórios de referência.

A prevenção de perigos e a divulgação da qualidade são procedimentos chaves para manter consumidores fiéis, e é a partir disso que a vantagem competitiva é conquistada, pois uma vez consumindo um produto de qualidade e em que confie, torna-se muito difícil que o consumidor opte por outras marcas, possibilitando assim a conquista de uma fatia de mercado para a empresa a manutenção da marca nas gôndolas do mercado.


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